Baptista da Silva:
"Chamar-me burlão é fácil, aos burlões do BPN não chamam nada"
"O fundamental de toda a mensagem, o seu conteúdo de análise, diagnóstico e propostas alternativas passou a ser despiciendo e invariavelmente ignorado (...)".
Artur Baptista da Silva mantém que é colaborador voluntário
da ONU e que pretende instalar um Observatório Independente
Artur Baptista da Silva
defende-se
D.R.
D.R.
"Artur Baptista da Silva, que se apresentou como consultor da ONU,
defende-se numa nota enviada à Lusa, garantindo que é apenas "colaborador
voluntário" e que "apesar dos factos ocorridos" continua a
pretender instalar um Observatório Independente.
Numa longa nota enviada à Agência Lusa após uma troca de mensagens em que
sempre recusou dar entrevistas, porque não quer "protagonismos",
Artur Baptista da Silva queixa-se das acusações de que está a ser alvo, da
devassa da sua vida privada, explica a sua ligação à ONU e dedica a maior parte
do seu comunicado com a argumentação utilizada nas várias intervenções públicas
e entrevistas que convenceram muita gente.
"O fundamental de toda a mensagem, o seu conteúdo de análise,
diagnóstico e propostas alternativas passou a ser despiciendo e invariavelmente
ignorado", lamenta o homem que está a ser investigado pela
Procuradoria-Geral da República.
Na sua nota, Baptista da Silva começa por mostrar desagrado com os
"ataques" da comunicação social de que se diz alvo, aludindo a um
"regresso à antiguidade clássica" em que "quando a mensagem não
agrada aos poderes instituídos legítimos e/ou ilegítimos, assassina-se o
mensageiro".
Afirma Baptista da Silva que "tal como o poder político, também alguma
comunicação social é muito forte com os que lhe parecem ser fracos e
cobardemente fraca com os fortes cujos poderes a manietam".
E exemplifica: "Chamar-me burlão têm sido fácil! Mas nunca, até agora, os vi chamar
burlões aos 50 maiores devedores do BPN que, esses sim, burlaram o Estado
Português, num montante equivalente a 1% do PIB, nem aos que transferem
capitais, limpos e sujos, para paraísos fiscais, delapidando os interesses do
Estado fugindo ao pagamento dos impostos e que paulatinamente, e no silêncio
cúmplice da mesma comunicação social, aproveitam as janelas de oportunidade
concedidas periódica e discriminatoriamente, pelos diversos governos que lhes
perdoam o crime fiscal em troca do pagamento de uma taxa de 7,5%, ou seja, um
terço da dos cidadãos sérios que aplicam as suas poupanças em Portugal e pagam
22,5%. A isto chama-se cumplicidade silenciosa do benefício não ao infrator mas
ao criminoso",