domingo, 31 de março de 2013

A Ética e a Estética Parlamentares

Almanaque da Mediocridade


AR, quinta feira, 28Mar2013, da parte da tarde, pouco depois do almoço:

Espectáculo "simiesco" poderia ser a classificação desta... arruaça(!) parlamentar, se a imagem de um símio fosse a que nos viesse à cabeça à vista desta criatura. Mas não, a primeira imagem que nos vem à cabeça é a de outro animal, por sinal também conotado com a política pelo menos desde George Orwell.
Como se o estridente e... vermelhusco estilo e ainda o ar de mal começada digestão de um lauto e porventura bem regado almoço - no tal restaurante da AR? - não bastassem, ouvimos   ainda este opíparo parlamentar usar duas vezes a palavra "palanque" para designar o uso da palavra na Assembleia da República!...

Quando nos lembramos da (gratuita) humilhação que infligiu Jaime Gama a um jovem secretário-de-estado porque não se dirigia à Assembleia usando a figura regimental, pasma-nos que depois do uso da figura regimental se possam utilizar no parlamento e sobre o parlamento designações que se afastam da nobreza e da urbanidade para raiarem a sordidez e a total falta de respeito institucional.
Cabe ao/à presidente da AR, nesse exercício, recuperar a ética e a estética parlamentares, dignificar o parlamento na forma e na substância, e não só CENSURAR estas ligeirezas como afastar, por espúrias e indevidas, as cada vez mais frequentes discussões (ou compitas e gincanas) políticopartidárias, porque não é para isso que o/a deputado/a é eleito. O parlamento não pode ser mais um local de comícios ou um congresso partidário na continuidade.

E digo que cabe Ao/à Presidente da Assembleia censurar, apelar e restaurar porque com o (que resta do) partido já não podemos contar.
Por outro lado e para evitar que ainda um dia destes se tenham que fazer testes de alcolemia à entrada das bancadas, seria interessante criar uma nova cultura parlamentar que além de encerrar o polémico e obsceno restaurante, mentalizasse os os/as Srs/as deputados/as que no intervalo para almoço, além de fazerem refeições frugais, bebessem - apenas - água.
E porque da estética latu sensu também fazem parte brio e atavio, preconceitos à parte, seria altura dos deputados recorrerem a consultores de imagem porque, sendo verdade que a alguns a barba por fazer até nem fica mal, a outros chega a dar um aspecto que ronda a náusea.

O Cínico

*
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/politica/menu-de-luxo-na-assembleia-da-republica

**
http://portugalemvao.blogspot.pt/2012/01/crise-no-restaurante-da-assembleia-da.html


***
http://ultimas-curiosidades.blogspot.pt/2013/03/convite-para-almocarna-assembleia-da.html

****
http://59abc59.blogs.sapo.pt/80001.html

*****
e como não há dois (restaurantes de luxo), sem três, acrescenta-se este que, sendo privado, apanhou bem o espírito da coisa, isto é, o espírito e a essência dos tachos:

http://www.lifecooler.com/Portugal/restaurantes/RestauranteEspiritodosTachos

quarta-feira, 27 de março de 2013

O Cavaco em cavacos

Afinal, em quantos Cavacos se (de)compõe - ou quantas caras tem - Cavaco?

Disse hoje Cavaco Silva, com aquele ar afectado de peça do museu de cera que costuma vestir para dizer banalidades, que as intrigas e as jogadas políticopartidárias não acrescentam um cêntimo à produção nacional e não criam um único emprego.
É verdade, assim falou Cavaco, o político cujos últimos 30 dos 40 anos em que nos vem brindando as ventas na cena política foram marcados pela intriga constante, desde os recorrentes Tabus de Cavaco, as inúmeras jogadas (deixem-nos trabalhar, etc.) contra a presidência de Mário Soares, além das graves intrigas urdidas na sua esfera a partir das forjadas Escutas a Belém e à Casa Civil. Cavaco, o PR em funções que esperou que Sócrates já não fosse primeiro ministro, isto é, que fosse um ex e estivesse longe, para o envolver numa acusação de deslealdade da qual este já se não podia defender. Cavaco, que até em torno dos espúrios negócios financeiro e imobiliário que fez com o seu amigo e antigo secretário-de-estado tentou gerar intrigas, além de se afirmar mais sério que qualquer outro português. Cavaco, o vingativo intriguista que atirou sobejas caneladas ao governo de Santana Lopes...
Cavaco, enfim, que chegou ao famigerado congresso da Figueira da Foz tripulando um BX em rodagem mas também uma teia de intrigas urdida contra Pinto Balsemão (Mota Pinto secumbira meses antes triturado pela mesma máquina da intriga) para lograr um desiderato de derrube - ascenção que aconteceria nesse mesmo fim-de-semana.
Cavaco, o sacralizado mestre da intriga e do tabu, vem dizer agora e ao cabo de mais de três décadas desse exercício,  que as intrigas não acrescentam. Porque sabe, sem dúvida, do que fala.
O Cínico

a "Internacional" financeira

"...bem unidos, façamos a lavagem total"...



quinta-feira, 21 de março de 2013

Ihrem Kampf

 
Após a decisão (imposição!) do Eurogrupo, o Chipre começa por hesitar na taxação (no confisco!) dos 30% sobre poupanças depositadas em banco entre os 20 e os 100.00 euros.
 
Imediatamente Ângela, a chanceler [1], adverte rispidamente o Chipre de que não deve brincar com o fogo.
 
Ao mesmo tempo, o ministro das finanças alemão impõe ao Chipre que é o Eurogrupo que dita as regras.

 
É sintomático e é preocupante:
 
 - cerca de 70 anos depois e desde o interior de uma construção gizada, alega-se, para evitar que tal acontecesse, eis que de novo um certo norte ralha com os países de sul (e do leste), isto é, começamos de novo a ouvir dentro da Europa chanceleres e quejandos a ralhar excessivamente e em alemão!...
 
 

[1] - O tapete "nazi":

http://www.haaretz.com/jewish-world/jewish-world-news/der-spiegel-hermann-goering-s-rug-is-in-merkel-s-office.premium-1.496729

http://deeksobserver.com/2013/01/merkel-nazi-rug/

http://www.dailymail.co.uk/news/article-2269534/Nazi-loot-German-Chancellor-Angela-Merkels-office-rug-collection-treasures-stolen-Herman-Goering.html





segunda-feira, 18 de março de 2013

O Regresso do "Capitalismo de Estado"


O Regresso do Capitalismo de Estado

Que benéfica (e conveniente) se revela agora à Europa ultra-neo-liberal a "queda do bloco leste". Graças à quebra desse espelho, na segunda década de 2013 já não são os partidos comunistas dos países da CE que reivindicam a nacionalização do capital, quem o faz são os próprios ministros das finanças do Eurogrupo. Mas para quem a) nunca deixou de estar atento e b) tem um razoável coeficiente de honestidade intelectual (Q-HI), é líquido que c) nunca vigorou no mundo qualquer sistema verdadeiramente comunista, d) os regimes do bloco leste eram por definição oligarquias (o governo de poucos) em torno de um sistema de capitalismo de estado, e) aquilo em que há muito se transformou a CE (e a Comissão Europeia, Eurogrupo e outras derivas) é um novo politburo que, no essencial, não difere (nem diverge) dos depostos regimes de leste.
 
Nigel Farage, deputado europeu da direita (!!!) inglesa, chama a este politburo A Unelected Bureaucrats dictatorship, definição que, a seu tempo, dirigiu ou poderia ter dirigido ao bloco leste, por um lado e, por outro, em curiosa sintonia com o pensamento e posições da esquerda, ao mesmo tempo que se somam na apologia desta ditadura outros/as arautos/as do dito neo-liberalismo...
O Ardina