quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A Sociedade das Ordens I - o "bisturi"

A bem de uma sociedade livre, sem peias nem constrangimentos de índole oligárquica, "A Revolução Liberal" (1820) pôs termo ao velho regime, ao absolutismo régio e, não menos importanteà Sociedade das Ordens (Ordem da Toga e Ordem da Espada),  grupos de poder oficioso com enorme influência directa sobre o poder régio, assim firmando a criação e manutenção de intoleráveis privilégios e benefícios, em detrimento da sociedade como um todo, dos cidadãos, da liberdade e da igualdade. A Nobreza (Ordem da Toga) tinha até o extraordinário privilégio de ter as suas dívidas no mesmo estatuto das "dívidas reais". 
A tudo isto puseram termo o "Pronunciamento Militar do Porto" de 24 de Agosto de 1820 e a Constituição de 1822, e nem mesmo o "arrepio" constitucional da "Carta Outorgada" de 1826 se atreveu a restituir tais benesses às extintas Ordens. 
Tendo quase todo o séc. XIX decorrido entre diatribes políticas, com guerras civis de permeio, sucessivas reformas de regime nem sempre pacíficas, alguma instabilidade política entre vários abris e setembros, com 3 instrumentos constitucionais a jogar o jogo das cadeiras e já mais para o fim do século com a agitação dos vários grupos republicanos,  nunca estiveram criadas grandes condições para que se tentassem reinstalar colégios corporativos. 
Mas no séc. XX as Ordens ressurgiram. E desta vez com um facies de colégios profissionais que procurariam sedimentar o seu poder e influência através de um curioso eixo, o do interesse público; da utilidade publica; um bem urdido pretexto para criar nas democracias um autêntico enclave oligárquico. Ignorando, pelo sua especificidade enquanto regime, o corporativismo de Salazar, do 25 de Abril para cá e à revelia de uma Constituição franca em matéria de direitos, de liberdades e de garantias, dois desses colégios (re) construíram e solidificaram um tal regime de privilégios e um tal poder que se pode dizer que estamos de regresso à Sociedade das Ordens; elas aí estão de novo,  cerceando liberdades, direitos e garantias  e condicionando a vida de uma sociedade que se afirma livre (e cuja Constituição consigna como tal), apenas com pequenas alterações plásticas e onomásticas, ontem eram a Ordem da Toga e a Ordem da Espada, hoje são a Ordem da Toga (e da Beca) e a Ordem do Bisturi.

Começando pela segunda (a do Bisturi), dos condicionamentos - ou malefícios objectivos - deste colégio, o mais drástico, antipatriótico e abjecto será, porventura, o do condicionamento das vagas dos cursos de medicina (uma descrição demasiado simplista para um problema bem mais denso e complexo) que, em três décadas, perpetrou sobre a sociedade médica, sobre a classe sócio-profissional, sobre a medicina, sobre a sociedade e ainda sobre a juventude e sobre as famílias portuguesas, aquilo que só os terrorismos violentos conseguem, a desestruturação, descaracterização e estrangeirização do corpo médico e da medicina, perdas de identidade e de identificação sociais e, incomparavelmente mais grave, uma vaga de dolorosos desmembramentos, dilacerações  e perdas familiares: dos já milhares de jovens enfermeiros/as emigrados/as desde 2006 para cá, 98 em cada 100 foram recusados em medicina por centésimas ou décimas de valor; numa escala de 0-20, por décimas ou centésimas de valor(!). Porque se continuava a não abrir vagas no curso de medicina, apesar da já preocupante falta de médicos...

Ignorando os sinais de uma alarmante desestruturação do corpo médico e da medicina, ignorando ostensivamente que por insuficiência de médicos portugueses, se começava a contratar para Hospitais e Centros de Saúde médicos de Espanha, América do Sul e até da Ucrânia; que por insuficiência de médicos, era necessário "recontratar a recibo verde" os médicos aposentados; que por insuficiência de médicos, os cidadãos portugueses, ou eram atendidos cada vez mais ou em língua estrangeira, com sofrível ou nenhuma inteligibilidade e comunicação, nivelando os cidadãos pela bitola da veterinária, ou eram atendidos pela "brigada do reumático" (sem qualquer desprimor para os médicos aposentados); ignorando ostensivamente tudo isto, as vagas nos cursos de Medicina, por pressões do colégio e a cúmplice anuência dos demais poderes continuaram baixas e restritivas, insuficientes até para repor (apenas mantendo) o contingente médico!

Com as vagas para os cursos de medicina abaixo da metade não só das necessidades como das expectativas de admissão dos estudantes, as médias de entrada foram subindo até ao paroxismo do absurdo; este verdadeiro terrorismo social que, a despeito dos sinais de alarme quer no excesso de castelhano e ucraniano que troava nos altifalantes das salas de espera  de hospitais e centros de saúde do país, quer no retorno arrastado dos médicos jubilados, persistia em manter baixíssimo o número de vagas nas universidades, em 2002/2003/2004 elevava a média de entrada até aos 18 valores e desdobrava as contagens de desempate até aos quatro dígitos; barrava-se a entrada em medicina a um estudante porque apenas conseguiu...1763 de nota (17,63) e a média exigida na Universidade Nova, por exemplo, era de 1783(17,83) e no final desta década já só se deixa entrar em Medicina numa universidade portuguesa quem tiver média de 20... mais umas décimas ou centésimas para o desempate.
É a secularização de um paradigma verdadeiramente eugénico imposto por médicos que entraram na universidade nos anos 60 e 70 com médias de 10 e 11 valores e que chegaram aos gabinetes médicos após sucessivas passagens administrativas, sobretudo nos anos imediatos ao 25 de Abrilcomo. São estes mesmos qie através da O.M vêm determinando algo como  Só aceitamos médicos/as formados em Portugal com vintes. Abaixo disso, importamos dozestrezes e catorzes, de Espanha, Ucrânia, Equador, Bolívia ou Santo Domingo, a falar estrangeiro porque serve muito bem,  afinal, bovinos e caninos também não descrevem sintomas ao seu médico. E aos nossos dezoitos, dezassetes e dezasseis, diplomámo-los em enfermagem e deportámo-los. 
Diz-se que a forma como cada um de nós trata os demais revela ou como se vê ou que sente por próprio. Neste caso revelaria bem mais do que isso, revelaria um extraordinário complexo de inferioridade e um incontornável sentimento de mediocridade.

E prosseguindo este verdadeiro crime de lesa-pátria pelo qual deveriam ser julgados não só os bastonários e conselheiros deste colégio, mas também legisladores, políticos e até reitores de universidade, assim se concretizou esta estranha política de eugenia de classe, oficializando e protocolando, por um ladoa importação de médicos/as estrangeiros/as (e que importa se entrados nas universidades com médias de 12, ou um pouco mais, ou um pouco menos!) e por outro lado, preparando o que se viria a revelar um perverso plano de deportação da juventude portuguesaAo contrário dos pais de alguns estudantes com médias de 14, 13 ou até inferiores que tiveram meios económicos para pôr os filhos a estudar medicina em Santiago de Compostela, Salamanca ou Barcelona, na Europa (mais) Central ou até na América Latina, as famílias dos recusados por duas décimas não tinham/não têm condições económicas para tal luxo. Aos Estado e seus pares de utilidade pública (!) cabia prevenir e corrigir para o futuro, assegurando um contingente médico suficiente e de qualidade e mantendo os portugueses, portugueses e em Portugal! Ao Estado, e à luz da Constituição, cabia ainda assegurar a famigerada igualdade de oportunidades. Contudo,  aos 98 em cada 100 dos milhares de enfermeiros/as hoje expatriados que no secundário escolheram a via "cientifico-natural" para seguir saúde, condenados a estudar cá porque para mais não davam as posses, o que foi dito é que havia uma incompatibilidade insanável entre portugalidade, medicina e médias de 17,5 valores e não lhes foi dado senão um remedeio, um do mal o menos: Fazer enfermagem (e quem diz enfermagem diz radiologia, fisioterapia, etc.). E para concluírem mais tarde e da pior forma que afinal enfermagem (e similaressó fora do país, longe daqui, longe da portugalidade, longe de casa e da família; podiam ser enfermeiros se aceitassem o expatriamento. Primeiro para a vizinha Espanha, depois para França, Suiça, países nórdicos e Reino Unido e por fim até já para os EUA, Canadá e Austrália. 

Um holocausto brando, ao jeito dos costumes ditos portugueses também eles brandos, uma massiva desportugalização e desnacionalização da juventude portuguesa, uma insana e insensível dilaceração e amputação das famílias, algumas já com dois filhos jovens embarcados. Mas uma oportunidade clínica a gosto deste colégio eugénico, a de colar a vinheta na solícita prescrição de um recurso anestésico (ou prótese afectiva e familiar!) algo como substituam o(s) filho(s) que Vos deitamos fora perfilhando  um/a desses/as médicos estrangeiros que fizemos cá chegar; um ao almoço, outro ao jantar...


(continua em A Sociedade das Ordens II - o "toga")

domingo, 10 de outubro de 2010

Aos Advogados (apenas) o que é dos advogados

do Blog "Ardina":
http://ardinarices.blogspot.pt/2010/08/dos-actos-proprios-dos-advogados-e-da.html

Aos Advogados o Judicial, às outras especialidades o "extra-judicial"

(para uma reflexão sobre a media proteccionista e terceiro-mundista" da procuradoria ilícita)


Mas são Gestores e podem até cobrar dívidas sendo também cada vez maior o número de advogados que – e ao contrário do que acontece com Gestores e Economistas - se constitui parte interessada em negócios (sociedades, parcerias, etc.) de quem começou apenas por os procurar como Advogados. Até se chegar ao paroxismo do absurdo, como será o caso das actividades de Financial Broker do advogado Duarte Lima. Quem sabe farão até fisioterapia, massagens, sei lá o que mais, desde que achem que tudo isso poderá ir parar à sua BA$E IN$TRUTÓRIA”!...
...

domingo, 27 de junho de 2010

OA vs OB[1], ou os "Advogados Bloggers"

Amigos deram-me (nos) a conhecer hoje o blog do IC, ou IA, ou IM [2] José Maria Martins ( http://jose-maria-martins.blogspot.com e http://josemariamartins.blogspot.com ).

Notamos que o IB [3] - nado e criado em Portel, segundo o próprio, pega nos temas com garra, o que é meritório e escolhe (também corajosamente) temas fracturantes e pertinentes, o que é duplamente meritório:

- quarta-feira, 26 de Maio de 2010
"Portugal não tem Governo e a Oposição está murcha";
 
- domingo, 27 de Junho de 2010
"O PS não é de esquerda. É um partido de interesses e cada vez mais anti-trabalhadores e classe média";
 
- quinta-feira, Março 11, 2010
"O PS em desespero manda a deputada Inês de Medeiros fazer um "filme" sobre as mentiras do Primeiro Ministro"  
 
- segunda-feira, Março 08, 2010
"Há que investigar a riqueza de José Sócrates e investigar as lojas maçónicas do GOL";
 
- domingo, 27 de Junho de 2010
"A política de grandes centros comerciais matou o comércio tradicional e a vida nas ruas e avenidas das cidades e vilas.A emigração vai levando os mais jovens para fora do País e aqui ficam os mais velhos, os reformados, os funcionários públicos".
 
 - domingo, 30 de Maio de 2010
A Casa Real Espanhola custa quase 1/3 dos gastos da Presidência da República Portuguesa!!!
 
ou, mais polémico, mas igualmente corajoso e pertinente,
- sexta-feira, 25 de Junho de 2010
"Portugal vai vender as Berlengas? - Puta madre deste capitalismo de corruptos!
 
Até aqui, vá que não vá. O Problema é depois! Avança-se um pouco mais "para dentro" da amazónica floresta de ideias, opiniões, indignações, incontenções, incontinências, insatisfações, e outras ências e ões do blogger e o quadro é pavoroso, lembrando o cenário dos terrenos dos antigos "latoeiros" (ou recolectores de ferro-velho), onde convivem num amontoado assustadoramente desorganizado e acrítico as mais distintas sortes de objectos escangalhados e de pouca ou nenhuma valia. Uma cabeceira de cama enferrujada caída sobre os restos de um fogão de cozinha; as opiniões demasiado "benfiquistas" sobre o desporto e a politica e as opiniões demasiado politiqueiras (mas também "benfiquistas") sobre a Selecção e o Mundial; um velho secador de cabelo avariado, partido e oxidado e uma trempe enferrujada dum fogão de lenha que jazem sobre quatro placas velhas de lusalite onde a chuva não chegou a limpar os dejectos de passarada, ratazanas e outros predadores de restos (falo do ferro-velho); uma verborreia irada, delirante e recorrente, sim, recorrente, porque num ferro-velho nunca há apenas um só resto de um velho fogão de cozinha, pelo contrário, o que resta desse e de outros fogões ressurge a cada canto, entre portas de frigoríficos amarelecidas, de colchões com as molas enferrujadas e espirrar para fora do tecido sujo e apodrecido, de peças e objectos ferrosos multiformes, disformes, grotescos, gordurosas, escurecidos e com odor a óleo queimado, e outros tantos objectos desconjuntados, deprimidos, amputados.. Uma classificação caótica, tudo carregado e sobrecarregado de juízos mais que preconceituosos ou a raiar, nuns momentos,  o delírio e noutros, mais um qualquer fundamentalismo fundamental. 

Sem querer - de todo - faltar ao respeito ao homem ou ao jurista, a verdade é que as mesas de cabeceira das casas de saúde mental estão cheias de escritos igualmente delirantes sobre não sei que heroicidade antiga, ou que "idade de ouro do passado"  - "Portugal (...) estou mesmo tentado a dizer o mais ético e heroico Estado Europeu nos 5 continentes da Terra - grande em nome da cultura europeia, da religião europeia, dos valores europeus(...) Portugal e o Povo Lusitano são os maiores, os mais nobres Povo e Estado da Terra!"; "Traíndo a nossa história de Povo conquistador , precisamente o contrário do que se quer fazer: Um Povo de paneleiros, de incompetentes, de miseráveis." e de teorias de conspiração lancinantemente neuróticas[4]  - "O caso Nani, segundo informação que me foi veiculada, nada teve a ver com problemas de saúde"; "De Espanha só vem mal"; "como fui informado por um filho de um maçon que com ele falou no âmbito de um convite da Ordem dos Advogados"; "políticos, imberbes - ainda ontem inquiri um ex-secretário de Estado de Portugal e ele nem conhecia a lei em vigor no Ministério de que fazia parte!!!" - nas quais a incoerência, a inconsistência e a(s) contradição(ões) são mais frequentes e inesperadas que as chuvas de escravanada nos trópicos.

Nada, enfim, que não coincida com muitos, muitos, muitos outros Blogs e bloggers.
Mas neste caso há aspectos (ou contornos) preocupantes:
- Este Blogger é um membro da "Ordem da Toga", i.e., é um daquele "técnicos forenses acreditados" aos quais o nosso sistema judicial confia com prerrogativas de exclusividade absoluta o chamado "mandato judicial".
 
Agora perguntamos nós: num sistema jurídico que impede o próprio (a parte, o sujeito da acção) de fazer a sua defesa em juízo (i.e., lhe impõe a "nomeação ou constituição de mandatário"), qual de vós se gostaria de ver representado - e se sentiria bem defendido - por este advogado?...

Não é o próprio, o JMM estritamente, que está em questão, mas todo um sistema que persiste em impor no sec. XXI regras "paternalistas" ou de tutela (e de consequente "menoridade jurídica") a pessoas adultas e com níveis de literacia, no mínimo, iguais ao do(s) advogado(s). E quando, ainda por cima, uma boa parte dos "representantes elegíveis" (ainda que não a maioria, felizmente) são deste jaez.

- O Mandatário Judicial não pode ser obrigatório, mas apenas facultativo. O Advogado (ou a sua intervenção directa ou indirecta) apenas poderá ser obrigatória em circunstâncias técnico jurídicas ou processuais específicas e bem determinadas e delimitadas.
...................

Outras pérolas deste "player" forense:

JMM, Segunda-feira, Março 08, 2010
"Há que investigar a riqueza de José Sócrates e investigar as lojas maçónicas do GOL"
"Estamos no Zimbabwe ou quê", "Portugal virou estado ditaturial"
           Perguntamo-nos: - e porquê, exactamente, o Zimbabwe?...
"Sócrates (...) tem a PGR mais os magistrados maçóns a protegê-lo.!"
            Perguntamo-nos: - e não poderá ser verdade?...
 
JMM, Sábado, Março 06, 2010
"Hala SLB! - Vamos deixar o Porto a 11 pontos"
              Perguntamo-nos: - então, mas...e o Zimbabwe?...
 
"O Futebol Clube do Porto empatou - Parece que não há túneis que lhe valham para se desculpar - Oportunidade para o SLB"
             Perguntamo-nos: - não deveriam estes blogs mais...generalistas, digamos, e de conteúdos tão diversificados, ter um comando, uns botõezitos, para irmos fazendo zapping?...
 
JMM, Sexta-feira, Março 05, 2010
"A conduta do Bastonário da Ordem dos Advogados é inadmissível (...) Ataque a magistrados é inqualificável (...) ATAQUES INJUSTIFICADOS E SOEZES CONTRA OS MAGISTRADOS".
             Perguntamo-nos: - então não pode o Bastonário, pelo menos, "bastonar" também os "magistrados maçóns" como faz o JMM?... Mesmo que apenas esses?...
 
idem
"Eu nunca vi Marinho Pinto em Tribunal, mas estou ansioso para o encontrar como advogado em processos"
            Perguntamo-nos: - não seria uma boa ideia implementar no Citius e no Habilus a "pesquiza de processos por mandatário" com fotografia do próprio?...Resolveria o problema do JMM e ainda muitos outros;
 
Ibidem
"Eu vou participar ao Ministério Público contra o Bastonário, segunda feira"
            Perguntamo-nos: - seria mesmo isto que o JMM queria dizer?... não seria antes eu vou precipitar o Bastonário contra o Ministério Público na segunda-feira, querendo significar segunda feira espeto-llhe as ventas contra o edifício do MP ?...Dizemos nós, enfim...
 
JMM, Quarta-feira, Março 03, 2010
"Manuela Moura Guedes terá dito na Comissão de Inquérito (...) até para o Rei de Espanha telefonaram para calar a TVI! O Rei de Espanha foi usado para calar a TVI? Se for verdade é uma vergonha para o Rei de Espanha ter permitido esses telefonemas, e uma enorme ofensa aos portugueses (...) O Rei de Espanha esteve hospedado com seu pai em Portugal. Aqui viveu até ter sido levado por Franco para Espanha. Tem o dever de respeitar Portugal e de de abster de qualquer interferência nos assuntos internos e partidários portugueses".
                Perguntamo-nos (e sem nos determos agora na fonte, isto é, na "boca" da notícia, mas apenas para tentar perceber a relação ou correlação): - e isso porquê, porque esteve cá hospedado?... Ou porque esteve com o seu pai?... ou porque esteve com o pai em vez de estar com a mãe?...
 
JMM, Quarta-feira, Março 03, 2010
Não pode o Rei de Espanha ter qualquer inbtervenção, ou permitir que as forças políticas o usem para assuntos internos em Portugal´(...) a ser verdade trata-se de uma inominável e inadmissível ingerência nos assuntos internos de um Estado Soberano como é Portugal".
 
JMM, Terça-feira, Março 02, 2010
"Liberdade e Independência para o País Basco , Fim da Colonização Espanhola e Francesa do País Basco - Olivença é Portuguesa! Os Bascos têm o direito à Auto-determinação e Independência. Os Bascos e o País Basco têm o direito de se libertarem do jugo de Castela."
´           Perguntamo-nos: - desde logo, porque Espanha é muito menos soberana que Portugal?... Ou será porque o JMM tem mais prerrogativas - na Espanha - que o Rei de Espanha?...

JMM, Quarta-feira, Março 03, 2010
"(...)Tem de haver em Portugal um Baltazar Garçon - sem ser da maçonaria porque Baltazar Garçón será da Maçonaria, como fui informado por um filho de um maçon que com ele falou no âmbito de um convite da Ordem dos Advogados para ele vir palestrar na Universidade Católica(...)"
              Perguntamo-nos: - Então, até tu, Baltazar?... Ou será um erro de simpatia do JMM (Baltazar Garçón, Galtazar Mazón, enfim...)?...
            De qualquer forma, é bem feito, Baltazar! Para a próxima não tentes vir a Portugal cruzar a maçonaria com a Opus Dei!!!

JMM, terça-feira, 8 de Junho de 2010
"Selecção Portuguesa - Porque razão Carlos Queiróz não convocou o Makukula"...              
             Agora não nos perguntamos nada. Apenas ficamos aqui a "macucular no assunto"...

JMM, terça-feira, 8 de Junho de 2010
"Cavaco Silva não é de Direita nem social-democrata. Cavaco Silva é socialista, apoia o PS(...)"
            Perguntamo-nos: Vamos continuar a perorar que Cavaco e seus durões cavacos, Sócrates e o seu sedento séquito, são os parentes pobres do Neo-Liberalismo se eles, afinal, estão todos à esquerda da Social-Democracia?...
 
JMM, quarta-feira, 26 de Maio de 2010
"A Europa não é os indigenas de Angola e de Moçambique".
            Perguntamo-nos: - então, mas...e o Zimbabwe?...
JMM, quarta-feira, 26 de Maio de 2010
"Na Europa ou se consegue competir pela força da inteligência, da competitividade, da criação de mais-valias ou não há mais nada. E desde há quae 600 anos que Portugal vive de esquemas e de fongtes de rendimento fáceis e não competitivas como era ir buscar especiarias, ouro, diamantes,petróleo , café, outras matérias primas.
Mas na Europa ,desde as guerras da Restauração, Portugal nunca ganhou nenhuma batalha. Perdeu-as todas, desde as invsaões francesas à Convenção de Gramido , o Ultimato Britânico, a I GG Mundial e a batalha da modernização e desenvolvimento"...

JMM, sábado, 26 de Junho de 2010
"Portugal (...) estou mesmo tentado a dizer o mais ético e heroico Estado Europeu nos 5 continentes da Terra - grande em nome da cultura europeia, da religião europeia, dos valores europeus(...)

Portugal e o Povo Lusitano são os maiores, os mais nobres Povo e Estado da Terra!"
           Perguntamo-nos: Mas isso antes, ou depois dos tais "quase 600 anos"?...
 
           Por outro lado, então quem é que não é capaz de reconhecer no resto da Europa as marcas da Portugalidade em termos de valores, cultura e religião?...
           - As línguas italiana, francesa, catalã, derivaram do português medieval. Os espanhóis já nessa altura revelavam muita má-vontade e juntaram ao tal português uns arabescos, resultando no que hoje se conhece como a língua castelhana; 
          - Os arqueólogos da Europa Central estão a reclassificar todos os achados, tidos por góticos, uns, romanos, outros, porque são, afinal, lusitanos;
          - Aliás, as expressões "Roma Imperial" e "Império Romano" eram nomes de código usados pelos brilhantes estrategas militares lusos do tempo para despistar as hordas bárbaras que sucessivamente se tentavam aproximar aqui do nosso Lácio...
         - Já para não falar dos Gregos, que têm no Partenon uma réplica de Conímbriga;           - Martinho Lutero e Calvino eram portugueses. De Portel, mais precisamente.
          - O próprio Rousseau, se não era português, pelo menos esteve cá hospedado. Com o pai, evidentemente;
          - A organização militar inglesa foi secular e paulatinamente instalada pelos oficiais lusitanos que lideraram os exércitos sucessivamente por nós enviados para apoiar a Inglaterra na sua defesa;
          - Quem visita vilas e cidades dos países nórdicos não deixa de ter a permanente sensação de estar no Alto Minho, no Alto Douro, ou em qualquer outro alto. Mesmo quando está abaixo do nível do mar;
          - Por fim, a expressão "Liberté, egalité, fraternité" foi a tradução possível conseguida pelos franceses a partir da onda libertária portuguesa da revolução de 1383-1385 (os nossos últimos "15 minutos" de glória, já que nos "quase 600 anos" seguintes, segundo o blogger JMM...);

E, por fim, a "joia da coroa":
JMM é um "Homem de Leis" - perdoem o sexismo, hoje não há "Homens de Leis", há "Homens e Mulheres de Leis" - juridico-constitucionalmente educado para o ser e que, quando conveniente, se faz até um catequizador Constitucional (ver o próprio em 21 de Maio de 2010, acerca da proibição da utilização das escutas na/pela Comissão Parlamentar de Inquérito, "Eu procuro na Constituição e no Cód. de Proc. Penal o fundamento para essa decisão. E, com o devido respeito, não encontro").
Avaliem agora como este representante do Direito e dos direitos se pronuncia numa matéria que,
          a) não só está (e o dito a pode encontrar) plasmada na Constituição, como,
          b) está igualmente salvaguardada em tratados internacionais que integram (ainda que em sentido material) a CRP:

JMM, segunda-feira, 17 de Maio de 2010
"Combater a homossexualidade é um imperativo do Estado. Deus - e como dizia Santo Agostinho seja ele Jesus Cristo, Buda, Maomé ou o "Grande Arquietcto" da maçonaria , que nada mais é que o Deus dos Judeus ou do Cristianismo! - o criador da Terra fez em cada uma das espécies o macho e a fémea.
Até nas flores há macho e fémea. Os homossexuais estão a dominar a Terra nos países ditos "Democráticos". E estão a destruir a civilização.
Há que não ter medo de o dizer, de harmonia com a liberdade - esse valor perene que rege o ser humano - que os homossexuais são nocivos à socieadde humana.
Podem dizer o que quiserem de mim, mas eu afirmo, reafirmo , que não é de harmonia com as leis naturais a homossexualidade.
Hoje Portugal está nas mãos de homossexuais, que na minha terra querida - Portel - se chamam paneleiros!"

Aliás, num breve scroll pelo post do "Dr. Martins", a palavra "paneleiro/s" (ou derivadas) é usada pelo menos seis vezes e sempre em sentido condenatório ou de reprovação de um comportamento (ou orientação) sexual!!!

Ás quais se somam outras tantas (ou mais), nos comentários de aprovação "exarados" logo após o "articulado" do Sr Doutror...

[1] Ordem dos Bloggers (exacto,  não confundir com o outro OB, apesar de poder ser solução em casos tais de...desinteria, pronto!) vesus Ordem dos Advogados;

[2] Ilustre Causídico, ou Ilustre Advogado, ou Ilustre Mandatário. Peço desculpa, mas esta colecção de acrónimos é tão cara às (e tão recorrente nas) "escrita" e linguagem forenses, que eu próprio, tal como magistrados, funcionários judiciais e causídicos, julgo não só ser Vossa obrigação conhecê-las, como também julgo que é obrigação de todos os professores do 1º Ciclo ensiná-las às crianças, juntamente com os pronomes possessivos e outros elementos gramaticais;

[3] Ilustre Blogger

[4] Um bom aviso para todos nós, bloggers. Provavelmente, há muito que deveríamos ter mudado de URL, i.e., de http://qualquercoisa.blogspot.com/ para http://bloggers.júlio-de-matos.com...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Bombeiros mais valorizados que juízes e advogados

Estudo mostra também que os portugueses preferem os carteiros aos médicos.


"Os bombeiros, professores e carteiros são as profissões em que os portugueses mais confiam, ficando no extremo oposto dos políticos, advogados e banqueiros. Também mal posicionados no Índice de Confiança Nacional surgem os juízes, recolhendo a confiança de 50% dos inquiridos e registando a maior descida do ano.

Os dados resultam do inquérito a 18 800 pessoas feito em 15 países europeus, EUA, Brasil, Colômbia e Índia pela GfK Custom Research - empresa de estudos de mercado - e onde foram avaliadas 20 funções. Tal como em Portugal, os bombeiros - pelo terceiro ano consecutivo - e professores são as profissões com maior confiança, 94 e 84% respectivamente.

Para Duarte Caldeira, presidente da Liga Portuguesa de Bombeiros (LPB), "os resultados não surpreendem". "Há de forma geral, no conjunto da população, uma confiança muito regular na profissão ou função de bombeiro". Para o presidente da LPB, há três razões para este índice de confiança, começando pelo facto de o bombeiro estar associado à protecção da vida e bens da população.

"Depois, é sabido que estamos num tempo de crise de valores e quando isso sucede as pessoas tendem a identificar-se com as profissões de referência desses valores", explica. Para estes resultados, admite Duarte Caldeira, contribui ainda "o desprestígio de outras profissões".

Também Mário Nogueira não se mostra surpreendido com a classificação dos professores. "Só o é para os ministros e primeiros--ministros que tentam denegrir a nossa imagem", salienta o secretário-geral da Fenprof. Que explica que "os portugueses conhecem os professores das escolas, têm uma grande confiança até porque há um contacto muito grande".

Menos surpreendente para Mário Nogueira e Duarte Caldeira são os maus resultados obtidos pelos políticos e advogados. "Lamento, mas compreendo, uma vez que os seus agentes parecem cuidar pouco da idoneidade da sua função", comenta o presidente da LPB sobre os 17% de confiança depositados nos políticos. Já Mário Nogueira salienta que "as pessoas desconfiam porque há promessas que não são cumpridas". E relembra que, embora as pessoas continuem a votar, "a verdade é que são cada vez menos os que votam".

Quanto aos advogados, Mário Nogueira acredita que a falta de confiança que os portugueses têm nestes profissionais é também fruto da profissão. "Há a ideia de que os advogados um dia defendem uma causa e, se for preciso, dias depois estão a defender outra contrária", diz o dirigente da Fenprof.

Entre os resultados de 2010, destaque para a queda de 15 pontos percentuais dos juízes, ocupando agora o 15.º posto. As Forças Armadas surgem no 5.º posto (87%), o clero em oitavo (74%) e os jornalistas na 12.ª posição (66%)."

Por HELDER ROBALO
Diário de Notícias 21.06.2010


Nota do Postmaster:
Se os professores reunem 84% dos votos e as licenciaturas "jurídicas e judiciais" não passam do meio da tabela, Senhores Professores, porque não "chumbaram" juízes e advogados quando era tempo???

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Atestado médico..uma reflexão


O atestado médico, por José Ricardo Costa

"Imagine o meu caro que é professor, que é dia de exame do 12º ano e vai ter de fazer uma vigilância. Continue a imaginar. O despertador avariou durante a noite. Ou fica preso no elevador. Ou o seu filho, já à porta do infantário, vomitou o quente, pastoso, húmido e fétido pequeno-almoço em cima da sua imaculada camisa.

Teve, portanto, de faltar à vigilância. Tem falta. Ora esta coisa de um professor ficar com faltas injustificadas é complicada, por isso convém justificá-la.

A questão agora é: como justificá-la?

Passemos então à parte divertida. A única justificação para o facto de ficar preso no elevador, do despertador avariar ou de não poder ir para uma sala do exame com a camisa vomitada, ababalhada e malcheirosa, é um atestado médico. Qualquer pessoa com um pouco de bom senso percebe que quem precisa aqui do atestado médico será o despertador ou o elevador. Mas não. Só uma doença poderá justificar sua ausência na sala do exame. Vai ao médico. E, a partir deste momento, a situação deixa de ser divertida para passar a ser hilariante.

Chega-se ao médico com o ar mais saudável deste mundo. Enfim, com o sorriso de Jorge Gabriel misturado com o ar rosado do Gabriel Alves e a felicidade do padre Melicias. A partir deste momento mágico, gera-se um fenómeno que só pode ser explicado através de noções básicas da psicopatologia da vida quotidiana. Os mesmos que explicam uma hipnose colectiva em Felgueiras, o holocausto nazi ou o sucesso da TVI.

O professor sabe que não está doente. O médico sabe que ele não está doente. O presidente do executivo sabe que ele não está doente. O director regional sabe que ele não está doente. O Ministério da Educação sabe que ele não está doente. O próprio legislador, que manda a um professor que fica preso no elevador apresentar um atestado médico, também sabe que o professor não está doente.

Ora, num país em que isto acontece, para além do despertador que não toca, do elevador parado e da camisa vomitada, é o próprio país que está doente. Um país assim, onde a mentira é legislada, só pode mesmo ser um país doente.

Vamos lá ver, a mentira em si não é patológica. Até pode ser racional, útil e eficaz em certas ocasiões. O que já será patológico é o desejo que temos de sermos enganados ou a capacidade para fingirmos que a mentira é verdade.

Lá nesse aspecto somos um bom exemplo do que dizia Goebbels: uma mentira várias vezes repetida transforma-se numa verdade. Já Aristóteles percebia uma coisa muito engraçada: quando vamos ao teatro, vamos com o desejo e uma predisposição para sermos enganados. Mas isso é normal. Sabemos bem, depois de termos chorado baba e ranho a ver o 'ET', que este é um boneco e que temos de poupar a baba e o ranho para outras ocasiões.

O problema é que em Portugal a ficção se confunde com a realidade. Portugal é ele próprio uma produção fictícia, provavelmente mesmo desde D. Afonso Henriques, que Deus me perdoe. A começar pela política. Os nossos políticos são descaradamente mentirosos. Só que ninguém leva a mal porque já estamos habituados.

Aliás, em Portugal é-se penalizado por falar verdade, mesmo que seja por boas razões, o que significa que em Portugal não há boas razões para falar verdade. Se eu, num ambiente formal, disser a uma pessoa que tem uma nódoa na camisa, ela irá levar a mal. Fica ofendida se eu digo isso é para a ajudar, para que possa disfarçar a nódoa e não fazer má figura. Mas ela fica zangada comigo só porque eu vi a nódoa, sabe que eu sei que tem a nódoa e porque assumi perante ela que sei que tem a nódoa e que sei que ela sabe que eu sei.

Nós, portugueses, adoramos viver enganados, iludidos e achamos normal que assim seja. Por exemplo, lemos revistas sociais e ficamos derretidos (não falo do cérebro, mas de um plano emocional) ao vermos casais felicíssimos e com vidas de sonho. Pronto, sabemos que aquilo é tudo mentira, que muitos deles divorciam-se ao fim de três meses e que outros vivem um alcoolismo disfarçado. Mas adoramos fingir que aquilo é tudo verdade.

Somos pobres, mas vivemos como os alemães e os franceses. Somos ignorantes e culturalmente miseráveis, mas somos doutores e engenheiros. Fazemos malabarismos e contorcionismos financeiros, mas vamos passar férias a Fortaleza. Fazemos estádios caríssimos para dois ou três jogos em 15 dias, temos auto-estradas modernas e europeias, mas para ver passar, a seu lado, entulho, lixo, mato por limpar, eucaliptos, floresta queimada, barracões com chapas de zinco, casas horríveis e fábricas desactivadas.

Portugal mente compulsivamente. Mente perante si próprio e mente perante o mundo.

Claro que não é um professor que falta à vigilância de um exame por ficar preso no elevador que precisa de um atestado médico. É Portugal que precisa, antes que comece a vomitar sobre si próprio."

...
Comentários recolhidos:
1 - "URGE MUDAR ESTE ESTADO DE COISAS?...diga, de sua justiça..."

2 - "É UM POUCO EXTENSO, MAS VALE A PENA LER. É ESTA A REALIDADE EM QUE VIVEMOS. ESTÁ MUITO BEM REDIGIDO."


3 - "Não podia ser mais verdade!!!"

4 - "Bem-haja quem não tem medo de ver e muito menos de dizer a verdade. Leiam este texto escrito por um professor de filosofia que escreve semanalmente para o jornal O Torrejano. Tudo o que ele diz, é tristemente verdadeiro."

sábado, 5 de junho de 2010

A "Câmara dos Pares"


"Enviar as "escutas" acompanhadas de um despacho que tão só invocasse os pressupostos e dispositivos legais que permitiam (ou imporiam) o seu envio, não seria bastante. Era preciso dar um pequeno contributo de "Golpe de Estado" (...). E daí aquela "pronúncia", qual Pronunciamento Judicial de Aveiro"


Ora diz quem sabe que
Os juízes representam a Lei, não poderão senão atender à Lei. Os representantes do povo são outros, os Deputados. E para tanto são sufragados.
- Será assim?...

sábado, 29 de maio de 2010

O "Pronunciamento Judicial de Aveiro"

Portugal é um país de alguma truculencia político-revolucionária. Mas porque é pequeno demais para tantas ambições de poder, não por espírito revolucionário, inovador ou pioneiro. Aqui e ali emergem esses momentos tumultuosos que denunciam um condado demasiado parco para as ambições de tantos condes e condessas.

Deixando de parte o jovem Rex Afonso e as suas diatribes, desde a famigerada revolução da burguesia de 1383 a 1385 até à data, foram cortes atribuladas, Távoras e frigideiras, cercos, pronúncias, regicídios, abriladas e mais um fartar de jogos e golpes de poder que nem a "restauração" deixam de fora: O Mestre de Avis, os Filipes, os Restauradores, o 24 de Agosto de 1820, os Miguelistas, os Setembristas e os Cartistas Cabralistas, o Pronúnciamento Militar do Norte, a Patuleia, os Republicanos, os jogos cínicos do António, Ministro, antes e depois do Golpe de 1926, os plebiscitos de 33, os vinte e cinco de Abril e de Novembro entremeados pelo 11 de Março Spinolesco (os militares sempre em fundo) e, finalmente, até alguma magistratura em blocos avulsos!...

Diz o Sr Juíz do Tribunal de Aveiro - com o Sr Desembargador António Martins pronto a alcolitar em rectangulo televisivo - no despacho que envia as "escutas" à comissão parlamentar de inquérito, que "Não temos dúvidas em afirmar que o `caso TVI´ apenas se percebe com a análise de tais produtos".

Em pleno Estado de Direito, mau grado a separação de poderes, o seu dever de reserva e, sobretudo, a soberania do órgão ao qual se dirije (a AR), o Sr Juíz de Aveiro exerce ou procura exercer a sua "pedagógica" influência. Ou a sua "magistratura de influência".

Enviar as "escutas" acompanhadas de um despacho que tão só invocasse os pressupostos e dispositivos legais que permitiam (ou imporiam) o seu envio, não seria bastante. Era preciso dar um pequeno contributo de "Golpe de Estado". Tapar a boca (ou os olhos) um bocadinho mais à República. E daí aquela "pronúncia", qual Pronunciamento Judicial de Aveiro...

Procidade

quinta-feira, 22 de abril de 2010

«Avaliação dos juizes reflecte corporativismo puro da classe»

Não podendo deixar de referir que a Ordem que Marinho Pinto bastona (???) não é o órgão que está em melhores condições de independência para se pronunciar sobre esta matéria, porque é tanto ou mais corporativa e corporativista (e que bem faria Marinho Pinto se botasse sentido também na sua própria casa), da-se eco do assunto por ser pertinente, 

post retrirado d'O Destak (Pub de 18 03 2010 13.43H ):
"O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, considera que o relatório de avaliação dos juízes hoje conhecido reflecte "o corporativismo puro" da classe, que encobre os maus profissionais e gera injustiças para os que são realmente bons.

"Quando os juízes são avaliados por camaradas há corporativismo. Um juiz que vem avaliar outro sem ninguém saber, sem ninguém o confrontar, diz o que quer", afirmou Marinho Pinto, à margem do congresso da Cais, que está a decorrer em Lisboa e este ano é dedicado à Justiça.

O relatório do Conselho Superior da Magistratura (CSM) hoje entregue ao presidente do Parlamento indica que, no ano passado, 61 juízes obtiveram classificação de "Muito Bom", 86 de "Bom com Distinção", 85 de "Bom", oito de "Suficiente", não havendo nenhum com a classificação de "Medíocre".

Na opinião do bastonário, a avaliação dos juízes deveria ser feita através de concurso curricular e perante um júri: "Deveriam ser avaliados com as decisões que proferem, para ver as aberrações que produzem alguns juízes com 'Muito Bom'".
Durante a sua intervenção na abertura do segundo dia do congresso, Marinho Pinto centrou o discurso precisamente nos juízes, que acusa de se encobrirem, protegerem e agirem como se fossem todos honestos.
"Os juízes são pessoas, têm as suas preferências e fanatismos e isso deveria saber-se" para não julgarem casos nos quais não tenham a isenção necessária, disse, reiterando que a justiça em Portugal está politizada e que a luta política tem-se feito em torno de casos judiciais.

"As clientelas partidárias também atingem a magistratura", criticou.
Marinho Pinto condenou ainda que o CSM seja eleito por juízes, que por sua vez são nomeados por aquele órgão, defendendo que os magistrados deveriam ser recrutados entre pessoas com mais de dez anos de experiência de trabalho no Ministério Público e na advocacia.

"Os juízes escolhem-se, avaliam-se, formam-se a si próprios. É como uma pescadinha de rabo na boca", afirmou, lançando ainda uma farpa ao Centro de Estudos Judiciários, que acusa de "formar majestades em vez de formar magistrados".

Rui Rangel, presidente da Associação de Juízes pela cidadania, presente na conferência, rebateu estes ataques, sublinhando que o mito da imparcialidade absoluta não existe. O juiz lembrou que a justiça assenta a legitimidade na fundamentação das suas decisões e no que a Constituição diz relativamente à administração da justiça em nome do povo.

"O sufrágio universal é uma visão redutora. Ninguém elege deputados nem ministros, é uma legitimidade indireta que decorre da votação. A legitimidade do poder judicial tem raízes no estado democrático", afirmou.

Rui Rangel lembrou ainda que o CSM é composto por juízes eleitos entre os pares, mas também por membros eleitos pelo Presidente da República e pela Assembleia da República.

"É um órgão com uma maioria de membros eleitos que não são do interior da classe, incluindo professores universitários escolhidos pelo parlamento e, às vezes, até advogados. Ao contrário da Ordem dos Advogados, que é composta apenas por advogados", criticou."

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Que generosos...

Que generosos ficam os (novos) ricos, depois de pôr o mundo na miséria.
Mas que continuem a ser os outros (ou os mesmos?) a contribuir e a suportar, claro.



"Admite-se a propriedade privada desde que para todos fique parte igualmente boa e igualmente bastante..."

Não foi António Aleixo quem o disse (mas bem podia ter sido). Terá sido Jonh Locke, um dos principais precursores do Princípio da Propiedade.



“Banco Alimentar recolhe alimentos

O Banco Alimentar Contra a Fome lança no próximo fim-de-semana, 5 e 6 de Maio, uma nova campanha de recolha de alimentos, que acontece em 813 estabelecimentos comerciais localizados nas zonas de Lisboa, Porto, Coimbra, Évora, Aveiro, Abrantes, S. Miguel, Setúbal, Cova da Beira, Leiria-Fátima, Oeste, Algarve e Portalegre.

Dado o êxito registado em Novembro, vai ser simultaneamente realizada a Campanha "Ajuda Vale": o cidadão continua a poder escolher os produtos que pretende destinar ao Banco Alimentar Contra a Fome, embora a restante logística seja assegurada pelo próprio estabelecimento. Este sistema será levado a cabo até 13 de Maio em todas as lojas das cadeias
 Dia/Minipreço, El Corte Inglês,  Jumbo/Pão de Açúcar, Lidl e Modelo/Continente”.










Realmente, é - inevitavelmente - o tempo para dar. Mas é também - e sobretudo - o tempo para se ter mais vergonha, mais moral, mais respeito pela dignidade...




"Vamos brincar à caridadezinha, festa, canasta e boa comidinha", já assim cantadizia em 1973 José Barata Moura.

"(...) Contamos com a presença do Sr. Dr. Rui Daniel Rosário - Chefe de Gabinte da Sra. Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, em sua representação, a Sra. Dra. Luísa Villar - Presidente da LINK, o Sr. Dr. Nuno Rodrigues da WORTEN, o Sr. Dr. António Louro da MERCEDES, a Sra. Dra. Cristina Louro, a Sra. Dra. Josefina Bazenga - Presidente da HUMANITAS e todas as instituições contempladas na campanha. O evento foi registado pela SIC. "
"Vamos brincar à caridadezinha, esta, canasta e boa comidinha, Vamos brincar à caridadezinha


A senhora de não sei quem, Que é de todos e de mais alguém, Passa a tarde descansada,

Mastigando a torrada, Com muita pena do pobre, Coitada.


Vamos brincar à caridadezinha, Festa, canasta e boa comidinha, Vamos brincar à caridadezinha.

Neste mundo de instituição, Cataloga-se até o coração, Paga botas e merenda, Rouba muito mas dá prenda, E ao peito terá, Uma comenda.


Vamos brincar à caridadezinha, Festa, canasta e boa comidinha, Vamos brincar à caridadezinha

O pobre no seu penar, Habitua-se a rastejar, E no campo ou na cidade, Faz da sua infelicidade, Alvo para os desportistas, Da caridade.


Vamos brincar à caridadezinha, Festa, canasta e boa comidinha, Vamos brincar à caridadezinha

E nós que queremos ser irmãos, Mas nunca sujamos as mãos, É uma vida decente, Não passeio ou aguardente, O que é justo, E há-que dar a toda a gente.
Não vamos brincar à caridadezinha, Festa, canasta é falsa intençãozinha


Não vamos brincar à caridadezinha, Não vamos brincar...Não vamos brincar..."
...Afinal, Luis Vaz, parecem não mudar assim tanto nem os tempos, nem as vontades...

O Ardina

sábado, 6 de março de 2010

Igualdade





"A majestosa igualdade das leis, que proíbe tanto o rico como o pobre de dormir sob as pontes, de mendigar nas ruas e de roubar pão."
Anatole France

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

ESCOLAS E ALUNOS/AS NÃO SÃO A ANCILA DE CASTAS SOCIAIS!

aguardando ainda resposta do IPP ao e-mail enviado há semanas (!!!)[1], julgamos que se impõe a mais pronta e enérgica tomada de posição face a tão grave situação,

Antes de mais, urge fazer uma correcção que é tão mais importante quanto é grave a situação.
Onde escrevemos há semanas (e-mail abaixo) “BOLSAS POR PAGAR DESDE SETEMBRO-09 deveríamos ter escrito BOLSAS POR APROVAR – OU DECIDIR – DESDE JUNHO 2009!!!

Com efeito,
NO FINAL DO MÊS DE FEVEREIRO DE 2010 O IPP-PORTO AINDA TEM POR APROVAR AS BOLSAS CUJAS CANDIDATURAS FORAM APRESENTADAS EM JUNHO DE 2009.

Em consequência, em finais de Fevereiro de 2010 há alunos que nem sequer sabem ainda se lhes vai ser atribuída a bolsa de estudo para o ano lectivo de 2009/2010, apesar de estarem a ter despesas, a sacrificar-se e, porventura, a endividar-se desde Setembro, Outubro, Dezembro, Janeiro e Fevereiro.

?...

Afinal o que andamos a fazer na Educação?...
Para o que é e para quem é a Educação?...

Posto de outra forma,

- Há funcionários, chefes, directores e professores em consequência de ter que haver estudantes, alunos e escolas ou, pelo contrário,

- há alunos e escola apenas para que se possa justificar a existência corporativa de reitores, directores, funcionários e professores?

Está o IPP desde Junho de 2009 para decidir se se dão uns euritos aos estudantes que, entretanto, começaram a frequentar a escola e, como se disse, a ter despesa, a sacrificar-se e, porventura, a endividar-se desde Set./09. Mas em Fev./10 ainda nem sequer estão decididas e muito menos pagas as bolsas.
Não importa como têm os alunos aguentado ou até se desistiram por impossibilidade económica (pelo contrário, amanhã são menos concorrentes, a estorvar no mercado de trabalho aos/ás filhos/as dos reitores, directores, chefes...e professores, porque não? Teríamos assim uma meramente alegada burocracia como factor diferenciador das classes sociais).

O Problema é que estas questões subsistem e precisam de resposta:

- Há funcionários, chefes, directores e professores em consequência de ter que haver estudantes, alunos e escolas ou, pelo contrário,

- há alunos e escola apenas para que se possa justificar a existência corporativa de reitores, directores, funcionários e professores?

É que enquanto os alunos aguardam – sequer - para saber se lhes é atribuída a bolsa de estudo desde Junho de 2009, funcionários directores, professores, receberam pontualmente e sem consumições,
JUNHO, JULHO, SUBSÍDIO DE FÉRIAS, AGOSTO, SETEMBRO, OUTUBRO; NOVEMBRO, SUBSÍDIO DE NATAL, DEZEMBRO, JANEIRO E FEVEREIRO, ou seja, onze vencimentos e muitas centenas de milhares de euros (senão milhões)!...

Afinal, quem está ao serviço de quem?...Serão os alunos, os estudantes e as escolas a serventia de funcionários, directores, professores, sindicalistas e políticos?...

…E as escolas os novos navios negreiros destas fidalgas capitanias?...

- É este o Estado de Direito, é esta a Educação, é esta a Igualdade, é esta a Dignidade?...

Pelo contrário, serão estes comportamentos que fazem de Portugal não meramente um país envergonhado, mas um país vergonhoso e historicamente fracassado.

Dizia Marcelo Caetano em 1973, numa das suas Conversas em Família que "entre as modernas democracias que tudo liberalizando apenas aumentam a desigualdade e as diferenças sociais e o nosso sistema que procura manter uma maior harmonia social, estamos bem como estamos”…

Que vergonha a nossa!...

- quase 40 anos depois, não termos sido capazes de criar e manter um sistema político e social que se aproximasse, palidamente que fosse, das democracias europeias!

- Além de se dar razão (póstuma) a Marcelo Caetano[2], coisa que, porventura, até será divertida para uns quantos catedráticos, directores, presidentes e reitores (não sabemos se será o caso no IPP, mas para a economia do assunto pouco importa), que tendo retornado forçados e contrariados da África descolonizada nos idos 70, tiveram rapidamente largo e privilegiado assento nas escolas e universidades da “metrópole” …

[1] – a falta de resposta até ao último dia útil do mes de Fevereiro é tão surpreendente quanto arrogante, porquanto,
a) todas as entidades públicas estão institucionalmente obrigadas a responder e num dado prazo,
b) o e-mail é a forma alegadamente indicada para colocar questões sobres as bolsas aos SAS do IPP,
c) mas mesmo que não fosse, tampouco é possível colocá-las de outra forma…

[2] – Não nos referimos ao brilhante professor e constitucionalista por quem ainda hoje se estudam as “experiencias constitucionais europeias” mas ao político e primaveril delfim do corporativismo salazarista.

O Secretariado