quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Precisão e Rigor Judicial / Judiciário

A fazer inveja à rábula de Raul Solnado com quase 50 anos "éramos mil e três índios... - mas contou-os?... -então, à frente éramos 3 e atrás p'raí uns mil!...", a extraordinária 'precisão' - ou exatidão - do Ministério Público e da Procuradora/Procuradoria Geral da República
(segue-se excerto da parte final do comunicado de hoje do MP/PGR sobre as acusações deduzidas no âmbito da 'Operação Marquês'):
"...O despacho final tem mais de 4 mil páginas. Ao longo do inquérito foram efetuadas cerca de duas centenas de buscas, inquiridas mais de 200 testemunhas e recolhidos dados bancários sobre cerca de 500 contas, quer domiciliadas em Portugal quer no Estrangeiro. Foi igualmente recolhida vasta documentação quer em suporte de papel, quer digital".
!!!
"... o despacho final tem mais de 4 mil páginas". Mais precisamente, quatro mil e tantas; "...foram efetuadas cerca de duas centenas de buscas" ou, mais exatamente, à volta disso; "...inquiridas mais de 200 testemunhas", ou, com exatidão, entre 200 e 400 (a passar das 200); "...foram recolhidos dados bancários sobre cerca de 500 contas" ou, com mais rigor, para cima de meio milhar; e quanto à "vasta documentação", para se fazer uma ideia precisa, era quase tão vasta como uns quantos hectares de capim!...
e no final daquele parágrafo, a 'cereja sobre o bolo': "Nesta investigação, o Ministério Público foi coadjuvado pela Autoridade Tributária". Afinal, tudo gente de 'boas contas' ;)
A ver se estes "autores" aceitariam que o vencimento lhes fosse atribuido com a mesma precisão: uns ganham exatamente à volta de dois mil, outros, rigorosos 3 mil e picos, outros cinco mil e tal exatos, sem contar com a bem medida 'batelada' de horas extras onde se incluem as 'necessariamente' imensas do Sr. Juíz de Instrução...