domingo, 5 de outubro de 2014

O Repetente

perguntam ao universitário quando havia já uns anos que este andava pela 'academia':
- afinal tu em que ano andas?

- no quarto! responde o universitário. E corrige de seguida:

- isto é, é o quarto ano que ando no primeiro...

                 Pese embora o caracter "corriqueiro" da anedota, ela refere e define, inevitavelmente, Cavaco Silva: Ao cabo de quase 40 anos na cena política, Cavaco continua a não ser um político.
 
Desde a governação até à politiquice, passando pelo seu proselitismo PSDista, Cavaco anda nisto há 4 décadas e ainda não é um político. Porque não obtém aproveitamento, não passa nos exames nem passa de ano...
 
Tudo isto seria apenas cómico, ou caricato, se não envolvesse o país ou se não nos prejudicasse a todos. Mas envolve e por isso, tragicamente, somos um país repetente, somos aquilo que tem na sua sebenta o repetente Cavaco, que há mais de 30 anos se mantém no mesmo ano, sem progredir, sem graduar e que continua a ter como matriz de modernidade e progresso a Vila Mariani (a Quinta da Coelha já é 'estrangeiro'; fica nas imediações dos Resorts cabo-verdianos do Dias Loureiro) ou o decrépito Citroen BX que um dia fez a rodagem desde Boliqueime (ou Montechoro) até à Figueira da Foz (http://tabusdecavaco.blogspot.pt/).
 
Não me surpreenderia que Cavaco regressasse à pré-primária, isto é, que a sua próxima candidatura seja a "presidente" dos jotas...
 
 

Cavaco nunca passará de uma 'entrada' no dicionário

Se lhe parece que o Mário Viegas disse isto a semana passada... tem andado distraído:
- Mário Viegas (infelizmente) faleceu em Abril de 1996;
- Mário Viegas falou assim em 1995 (há 20 anos);

Se lhe parece que o que diz Mário Viegas está actualizadíssimo, é desatento: 
- Cavaco está diferente; está agora muito pior que naquela altura...


Nem o depositante é ''sacador'', nem o contribuinte é ''beneficiário"

Qualificar os contribuintes [líquidos] da Segurança Social como beneficiários, não é nem simples acidente linguístico, nem mero eufemismo: é o subterfúgio histórico - herdado de salazarpara tratar os trabalhadores do sector privado - dependentes ou independentes – e que são, pelo menos desde a CRP de 1976, cidadãos plenos e iguais e são a parte maior do Povo Soberano Organizado em Forma de Nação, a República Portuguesa - [para os tratar] como meros e humildes súbditos destas novas e plurais majestades republicanas e tê-los ali mesmo, na gleba, presos pela treliça, submissosobedientes, acadimados, resignados: são o(s) cardume(s) de sardinha, i.é., o último elemento desta cadeia alimentar voraz dos Impostos e Contribuições. São muitos, são mais, mas com pouco poder (?!) e envoltos/limitados pela mesma rede de malhas apertadas.