Diário da Mediocridade
Cá se fazem, cá se pagam. Certos favores (e apoios) políticos, digo. E o mais curioso é que hoje como há cem e há duzentos anos (para trás do "velho regime" nem vale a pena falar), os "favores" particulares são pagos com o que é público.
Estive para comentar a imagem apenas com a legenda que merece: O Azeiteiro e o Canastrão...
Mas um mal-dicente, é um mal-dicente, por um lado e por outro, morde-me a curiosidade de saber se ao outro canastrão* dos palcos (na ciscunstância, canastroa ou canastrona) o mesmo "favor" foi já pago ou se ainda vai ser, se eu é que ando distraído e não soube, se anda distraído quem faz o ponto ao Cavaco e não lhe lembrou. Mas o mais certo é já ter recebido também a sua condecoração...
Da mesma maneira que o outro dizia que "não é vitela uma vaca velha só porque morre virgem" (e não há segundos sentidos, referia-se mesmo à espécie vacum), não se é bom actor porque se dura muitos anos e porque faleceram precocemente pares seus que - pordoem a incorrecção - o superavam, como Rogério Paulo ou Curado Ribeiro, por exemplo. Na minha - pouco avisada, confesso - opinião, o Sr. RC nunca foi um exrtaordinário actor, é excessivamente mono (tónico ou córdico) e melo (dramático), assim como o não é a Sra Eunice que nunca deixa de ser ela própria, seja qual for o papel, ao ponto de não ser ela que encarna o personagem, pelo contrário, acrescenta-se a si própria como personagem do "drama", à revelia do autor.
Mas não sendo RC o grande actor que (também com muitas ajudas destas!) presume ser, a verdade é que Cavaco, que anda igualmente pelos palcos desde que perdeu o medo ao pai Salazar, é um actor medíocre, inverosímil, caricatural. Porque tem a chave do cofre das medalhas, aproveita estas oportunidades para prosseguir o narcisismo desesperado com que tem esculpido a sua personalidade de esferovite (com Cavaco nunca se tratou do País, do Povo Português ou de Designios Nacionais; tudo o que respeita a Cavaco tem que ver com o próprio e estrito Cavaco, com a Maria, com a Vila Mariani, e com o tal desespero desta espécie de rapariga dos fósforos de Boliqueimede para saturar as suas feridas narcísicas, Cavaco, diz, Cavaco cala, Cavaco ensaliva, Cavaco condecora). Mas ou falta auto-estima ou lucidez ao RC para aceitar a medalha deste actor de novelas de cordel. Esperava dele a sapiência e segurança de um avô e a lucidez suficiente para responder a Cavaco que não pá, medalhas e condecorações vindas de ti, não as quero, era o que me faltava, ainda não invertemos os papeis, o mundo ainda não está às avessas; se alguém aqui está em condições de condecorar, seria eu e a ti, mas faltam-me bons motivos para isso.
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