quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A grande Invasão de Misters e Misses Hydes...

Nuns dias temos a sensação de que metade da população (ou mais) anda no psiquiatra e preocupamo-nos solidariamente. Mas noutros temos a séria impressão de que ainda nem lá anda (e devia andar) e ficamos transidos de medo:


"Proposta de Beatriz Pereira da Universidade do Minho defende que câmaras municipais deviam dar uma bicicleta a cada aluno do 1º ao 9º ano de escolaridade em vez de financiar o seu passe escolar. Leia e ouça também declarações da docente".
                                                  www.expresso.pt com UMinho - 14:39 Quarta feira, 5 de setembro de 2012

Seria a profecia de Edwin A. Abbott realizada, uns quantos milhares de triângulos de cartolinha deslocando-se sobre círculos num cenário da Flatland...


E pensar que houve - e ainda haverá, porventura - quem tivesse medo aos marcianos de Marte: Os marcianos e marcianas de cá são mais ameaçadores. Não são alienígenas, mas são. Digo eu. Ou então, Marte é já'qui. No meu caso concreto, tenho-o a menos de um quilómetro.

Esta emérita investigadora e catedrática, defende que a) numa cidade, num concelho, num distrito, numa província (o Minho!) cheia, cheio, cheios/as de colinas, de ravinas, de subidas íngremes, sem condições objectivas para um ciclismo urbano e, pior ainda, sem sequer um mínimo de cultura cívica para tal fim, b) numa cidade, num concelho, num distrito, numa província (o Minho!) que tem o maior índice de pluviosidade e precipitação do país, "os alunos do 1º ao 9º ano de escolaridade", isto é, crianças (às quais chama jovens) dos seis aos 15 anos, podem/devem ir de bicicleta para a escola!!!

De verão e inverno. Perdão, de outono, inverno e primavera; no verão não costuma haver aulas, salvo as universidades de verão que devem ser aquelas onde esta investigadora investiga, além de que são ainda aquelas onde o Doutor Relvas...também não vai!

Mas mesmo que não fossem as crianças. Mesmo que fossem apenas os adolescentes, i.e., os estudantes entre o 9º e o 12º ano. Será que a académica (que pelos vistos não sabe o que é a chuva) já investigou a morfologia quer do espaço urbano, quer do concelho?... 
Reuniu nas suas investigações um grupo de adolescentes de Gondizalves e Semelhe e experimentou ir e vir da escola de Maximinos de bicicleta, fazendo o mesmo depois em Moure, São Paio de Pousada, Navarra e Adaúfe, Tenões, São Pedro e São Mamede de Este e ainda em Aveleda, Vilaça e Celeirós?...

Eu sei que houve alguém que há um par de milénios prometeu aos idiotas que deles seria o reino dos céus. Mas não prometeu que também o da Terra, da investigação e da universidade.

Esta gente é doida, é cara e é perigosa!
É doida e o que diz e faz demonstra-o à saciedade. É cara porque estas investigações custam dinheiro E é perigosa porque tem tribuna, tem espaço de pregação pública e às vezes até tem poder - nem que seja o de persuasão - para implementar os seus dislates e desmandos.

Seguramente que a Investigadora da UM/IEC sabe onde se situa o Clib de Gualtar. Ora faça lá o favor de convencer os papás dos alunos do Clib (a maioria mora nos Hillside de Tenões e Lamaçães) a mandarem os meninos de bike para o colégio.

***

Little Boxes - Versão original ( Malvina Reynolds)
"Little boxes on the hillside / Little boxes made of ticky tacky / Little boxes on the hillside / Little boxes all the same, 
There's a pink one and a green one / And a blue one and a yellow one / And they're all made out of ticky tacky
And they all look just the same. 

And the people in the houses / All went to the university / Where they were put in boxes / And they came out all the same
And there's doctors and lawyers / And business executives / And they're all made out of ticky tacky

And they all look just the same. 
[ Lyrics from: http://www.lyricsmode.com/lyrics/m/malvina_reynolds/little_boxes.html ]
And they all play on the golf course / And drink their martinis dry / And they all have pretty children / And the children go to school, 
And the children go to summer camp / And then to the university / Where they are put in boxes 

And they come out all the same. 

And the boys go into business / And marry and raise a family / In boxes made of ticky tacky / And they all look just the same, 
There's a pink one and a green one / And a blue one and a yellow one / And they're all made out of ticky tacky

And they all look just the same"
***
Las Casitas del Bárrio Alto - Trad. e adap do original pelo mologrado Victor Jara no fim dos anos 60:
"Las casitas del barrio alto / con rejas y antejardín / una preciosa entrada de autos / esperando un Peugeot. 

Hay rosadas, verdecitas / blanquitas y celestitas / las casitas del barrio alto / todas hechas con recipol. 

Y las gentes de las casitas / se sonríen y se visitan / Van juntitos al supermarket / y todos tienen un televisor. 

Hay dentistas, comerciantes / latifundistas y traficantes / abogados y rentistas / y todos visten polycron. (y todos triunfan con prolén) 

Juegan bridge, toman martini-dry / y los niños son rubiecitos / y con otros rubiecitos / van juntitos al colegio high. 

Y el hijito de su papi / luego va a la universidad / comenzando su problemática / y la intríngulis social. 
Fuma pitillos en Austin mini / juega con bombas y con política / asesina generales / y es un gángster de la sedición"
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Hay personas, ideas, cosas, areas, que si, otras más o menos y otras...ni siquiera.
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O Cínico

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