terça-feira, 5 de abril de 2011

A Banca de raiz "social" é mais desumana que a banca de raiz comercial

    OS BANCOS E A FALTA DE PRINCÍPIOS QUE REGE A COBRANÇA DE COMISSÔES EXORBITANTES, OS DÉBITOS SEM AVISO NEM AUTORIZAÇÃO, OS ABUSOS GENERALIZADOS...
III    


                                    "quem distingue ou separa as 'éticas' numa 'ética para a vida', uma ´'ética para os negócios', uma                                         'ética para a profissão', acaba, irremediavelmente, por nem ter nem praticar ética nenhuma". Zef,VR

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A Banca de raiz "social" é hoje mais desumana e predatória que a banca de raiz capitalista
Em matéria de comissionamentos, cobrança de "serviços" e coimas de toda a ordem, os bancos com responsabilidade social histórica e social e historicamente ligados ao mutualismo são os que mais desalmadamente e abusivamente  facturam, cobram, sacam, expropriam e esbulham.
 
As imorais comissões cobradas por toda a banca atingem nas caixas de tradição mutualista (CGD, MG-CEL, CA-CCAM) o paroxismo e a vertigem do abuso.
Mas à cabeça desta cruel e desapiedada predação está a CGD, cujas ditas comissões chegam ao dobro das da chamada "banca comercial" (BPI, Santander, BCP, Balclays, etc.) quer em espécie, quer em valor. O preçário "comissional" da CGD tem mais de 110 (cento e dez!) páginas e funciona como uma lei particular com vigência plena à luz da qual e com a cumplicidade do Regulador (Banco de Portugal) e do Governo, este "contador e tabelião" (a CGD) pratica extorsões absolutamente intoleráveis até mesmo num estado de direito-torto.
     Gozando a CGD de privilégios históricos sem par (era a Banca do Estado e para o Estado, do exclusivo das contas dos servidores do Estado) e continuando a ser um banco estatal, é justamente aos seus proprietários, o Estado e o Povo na sua mais significativa acessão histórica, i.é., é justamente ao estado e ao povo que mais lesa e sacrifica, em beneficio de um conjunto escandaloso de privilegiados que têm na CGD um instituto de Subsidiação à Riqueza e ao Privilégio, isto é, a CGD está para as elites políticas de hoje como as Feitorias e Directorias coloniais estavam para o poder régio: é lá que se colocam, e bem remunerados, aqueles a quem se quer continuar a pagar privilégios régios. É vê-los nomeados aos magotes a cada mudança de director-geral, ministros e de governo...

Afinal, que cão é este que a mão que mais morde é a do dono?...
Diz não nos lembra agora que pensador (Einestein?) que "infinita, só a estupidez humana" e que a maldade, a desonestidade e a indiferença são apanágios da estupidez.
A CGD foi criada em 1876 com fim e escopo bem definidos e sob a égide da Junta Crédito Público, no seio das crises financeiras da segunda metade do séc XIX e no seguimento da falência daquele que terá sido, salvo melhor historiografia, o primeiro marco significativo do capitalismo em Portugal, o Banco de Lisboa, fundado em 1821/1822:

http://www.cgd.pt/Institucional/Patrimonio-Historico/Noticias/Estudos/Pages/Grande-crise-bancaria-Portugal-BNU.aspx  
http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?pid=S0003-25732004000400008&script=sci_arttext 
Cento e trinta anos e muitas reviravoltas (internas e externas) depois, é um Banco que embora sendo do Estado (do Povo) e mantendo uma boa parte do escopo que a este respeita, serve afinal de pródiga magedoura (cif. Prof. Medina Carreira) da fidalguia bastarda da política dos últimos 40 anos e não há figura cinzenta das eminências pardas do bloco central (PS, PSD, CDS) que não tenha ido à dita mangedoura. Até a filha do Zé d'Alice do Seixal, a Cardona, depois da sua efémera e inesperada passagem pelo Ministério da Justiça, teve lá assento quando caiu o governo de Durão Barroso e ficou a receber "salário", prémios e dividendos. E como o dinheiro não chega para tudo, trata a CGD de o extorquir a quem tem menos, e menos bem se pode defender, com o sangue-frio e a indiferença do mais "eficiente" predador.

Próximos posts:
- O CEL-Montepio Geral, e o que resta das Caixas de Socorro das Caixas Económicas, dos Montepios (ou Montes Pios, para ser mais correcto) e do Mutualismo do Séc. XIX;
- CA - CCAM, a usura de proximidade desde 1911 e na senda das Comissões Fabriqueiras;





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