quarta-feira, 15 de junho de 2011

Justiça Portuguesa: "Fujam" (Mº Pinto)

Há tempo, em entrevista televisiva, foi perguntado a Marinho Pinto (Bastonário da O.A.) que dissesse o que pensava da Justiça Portuguesa, ao que este respondeu: "FUJAM!"...



Seja técnica, ou ética, ou moralmente, qualquer mau Juiz é suficiente e tem nota 10. É a qualidade da Justiça que merecemos porque é a qualidade da Justiça que (apenas) sabem garantir os responsáveis pela formação e avaliação das Magistraturas, eles próprios suficientes entre os maus. Ou suficientemente maus.  

Que umas dezenas de jovens sejam apanhados a copiar não nos choca, como não nos choca (ainda que nos desaponte) que compareçam num arraial animado pelo Quim Barreiros ou "metam" uns Shots na discoteca, noite adentro.

O que nos choca, angustia e assusta até ao impulso de fugir é que se continue a insistir num modelo que quer fazer juízes (ou magistrados do MP) jovens ainda tão jovens!!!

Há uns anos, a própria direcção do CEJ manifestava publicamente a sua preocupação por este sistema de aviários judiciais, UM MODELO DE INCUBAÇÃO INTENSIVA DE MAGISTRADOS idêntica à dos "pintos do dia" nos antigos aviários de Porto d'Ave, ao mesmo tempo que denunciava igualmente a escassa idade civil destes magistrados, bem como a sua falta de maturidade e sensibilidade social. Afinal, talvez a direcção daquele tempo fosse (ainda) uma direcção satisfaz entre as menos más.

Em contrapartida, a actual direcção do CEJ entende que levam com nota 10 mas servem para magistrados, i.é. com nota 10 servem para ser e fazer a justiça.  

Discordamos deste modelo de criação de "juízes do dia" independentemente do aviário estar em Lisboa ou em Porto d'Ave e há muito que se deveria ter retomado o melhor dos antigos métodos de formação das magistraturas. Mas isto (CEJ e modelo) existindo e agora isto (copianço) tendo acontecido, impunha-se, se mais não fosse, respeito pelo Povo - em nome e ao serviço do qual estes juízes um dia hão-de julgar -  respeito pelos/as magistrados/as responsáveis e competentes que têm que operar no seio desta desacreditação crescente. E ainda respeito pelo próprio respeito.

Não sugerimos que os jovens do copianço deveriam ser banidos para sempre da carreira da magistratura. Mas há que reconhecer que algo de grave falhou, quer na formação anterior, quer na desta "instância" e que deve ser feita a necessária pedagogia para estes e para os seguintes e ainda passar ao Povo Soberano a garantia de qualidade e segurança judiciárias porque não há princípio de "certeza e segurança jurídicas" que se possa garantir em tão irresponsável e imaturo clima. Numa actuação pedagógica e equilibrada (pop. nem oito nem oitenta) seria excessivo "expulsar" definitivamente estes candidatos da carreira da Magistratura mas deveriam ficar impedidos de lhe aceder por um período probatório de 2 ou 3 anos, por exemplo!

Não foi o que decidiu esta Direcção nota 10, esta direcção de meia escala que, medindo Povo, País, Nação e História pela sua própria estatura decidiu que nos basta a nós, Povo Português, uma magistratura apenas um ponto acima do que é impróprio, um ponto acima do que é impraticável, indevido e intolerável, um ponto acima do que é imprestável e uma justiça apenas um ponto acima do execrável. 

E assim se cria (e mantém) uma civilização apenas um ponto acima da mediocridade...

p'O Ardina

PS:
Aqui há tempos os jornais portugueses deram ampla publicidade (e pública punição!) a um alegado plágio num Doutoramento na UM. Sem discutir agora o que é, efectivamente, plágio - quem sabe quantas versões houve de "Teresa Raquin" (E. Zola), ou de "Cirano de Bergerac" antes de serem publicadas estas específicas versões, por exemplo, ou quem acusou de Plágio a G. Garcia Marques por ter recriado uma versão de "Cirano" numa cidade Sul-Americana e tropical do início do séc. XX (série "amores difíceis"?... - não sendo o assunto de justiça mas tão só de academia, não se poderia afinal ter relevado o assunto e ter dado também nota 10 à doutoranda?...

...Afinal, o que é que é realmente grave?...

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(O nosso) Follow-up:

19.06.2011

Antonio Marinho Pinto (JN):








20.06.2011
Antonio Manuel Pina (JN) (silencio quebrado):
http://www.jn.pt/Opiniao/default.aspx?content_id=1882985&opiniao=Manuel%20Ant%F3nio%20Pina
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20.06.2011

Antonio Marinho Pinto (JN) ("A honestidade dos Juizes"):
http://www.jn.pt/Opiniao/default.aspx?opiniao=Ant%F3nio Marinho Pinto







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