domingo, 16 de outubro de 2011

Ad-Vocatus ' ("linha") - a problemática das "generalizações"

Ad Vocatus '(linha)
(post de data apócrifa)
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"(...)terminamos com a pergunta inevitável: Mas todos os profissionais deste grupo sócio-profissional?...
   ... sobre isto já respondemos: não, nem metade, nem, seguramente, a metade da metade. Mas ainda assim, os mais que suficientes para contaminarem a advocacia quotidiana e o juízo social"

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Depois de umas notas avulsas de queixa sobre o assunto, cumpre esclarecer:
não é um mal nosso nem só nosso...
- Não nos move uma agenda contra os causídicos, como nos não move  uma agenda contra outros grupos sócio-profissionais. Mover-nos-iam, mais depressa e com outro afã, agendas contra a anquilosante (e anti-democrática) sociedade das ordens, mas isso é conversa para outro momento, mesmo se neste lugar, isto é, sobre estes "arcontados e outros quintais oligárquicos" recorrentes que em vez de diminuírem e desaparecerem... aumentam (até já os TOCs, os contabilistas, têm uma Ordem!), falaremos, mesmo que neste mesmo sítio, em melhor altura.

Temos também uma agenda contra os estatutos de menoridade a que frequentemente está sujeita a cidadania, como é o caso do estatuto de menoridade jurídica, mas também aí os advogados só indirectamente são visados. Por mais estranho, contraditório e bizarro que pareça, extremo por extremo, não sei se não viveria mais depressa numa sociedade sem polícia de que sem advogados.

O que nos zanga e move é a má advocacia em sentido material ou formal e estatutário, é a ausência de uma visão do Direito e dos Juristas verdadeiramente  transversal à sociedade (e à cidadania), às pessoas, às Instituições, às coisas (ou aos bens), e por esta precisa ordem. Nas gerações mais novas, então, nem é necessário o complemento na oração, há só falta de visão, de uma visão para o Direito e para o seu exercício.

Desde há séculos (e mais notoriamente desde o séc. XIX) havia dois grupos sócio-profissionais aos quais a sociedade, das mais variadas formas (opinião e conceitos sociais, jornalistas, cartonistas, comunicação corrente, anedotário, etc.) davas as tornas  dos martírios a que estes a submetiam: os médicos e os advogados. No último (quase) meio século, os médicos foram-se desmarcando dessa reputação negativa ao mesmo tempo que foram cooptados para a certeira dos "bem-feitores correntes", sendo imenso o número de pessoas que refere que "ainda cá anda graças dos Doutores fulano e cicrano (olha a minha muito querida mãe nos seus esplendorosos 81, obrigado aos benditos Dr Américo e Dr Cerqueira, brinda ela a cada passo)

E quanto aos advogados?...
Não sendo esta necessidade de atenção redobrada com os advogados estritamente portuguêsa, por cá,  entre desabafos e expressões (re)correntes como são todos iguais, venha o diabo e escolha, no fim só recebeu eleé só para gastar dinheiro, estão feitos uns c'os outros, só serviu para me empatar, eles é que nunca ficam a perder e outros mimos do género, pode extrair-se que conclusões?...  E quanto às anedotas (e chacotas), quais são as qualidades (ou competências) intelectuais/técnicas e morais que são invariavelmente sublinhadas nesse abundante anedotário?...
                                          - a esperteza (e em benefício próprio) e a pouca seriedade.

Terminamos com a pergunta inevitável: Mas todos os profissionais deste grupo sócio-profissional?...
   ... sobre isto já respondemos: não, nem metade, nem, seguramente, a metade da metade. Mas ainda assim, os mais que suficientes para contaminarem a advocacia quotidiana e o juízo social, por um lado, e em número crescente, por outro, quer por via do regime de lotaria dos patronos de estágio dos novos advogados, quer por demérito do regulador



Procidade

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